Metropolis

Por que você baixou esse filme?

Eu não baixei. Jordana me falou de um evento que rola toda sexta a tarde na UFRN chamado "Cinesophia". É um algum tipo de projeto do curso de Filosofia de assistir e debater sobre um determinado filme numa determinada temática. Mas as palavras-chaves que me conquistaram foram "tem certificado". E eu preciso de horas extras-curriculares agora que reingressei na licenciatura. Então fui lá ver.

(Esse é Metropolis de Fritz Lang, de 1927. Não confundir com o anime homônimo de Osamu Tezuka de 2011)

Mas e aí, do que é que ele fala?

Vamos ver o que a Wikipedia diz sobre Metropolis:

O enredo é ambientado no século XXI, numa grande cidade governada autocraticamente por um poderoso empresário. Os seus colaboradores constituem a classe privilegiada, vivendo num jardim idílico, como Freder, único herdeiro do dirigente de Metropolis.

Os trabalhadores, ao contrário, são escravizados pelas máquinas, e condenados a viver e trabalhar em galerias no subsolo. Num meio de miséria entre os operários, uma jovem, Maria, destaca-se, exortando os trabalhadores a se organizarem para reivindicar seus direitos através de um escolhido que virá para os representar.

Fiz várias anotações durante o filme. Algumas anacrônicas. Vamos a elas.

1. Antes de ver o filme, eu procurei uma sinopse do mesmo. Sem ver imagem ou nada, só consegui lembrar de Matrix, devido as maquinas escravizarem os homens. Não é bem assim no filme, mas a lembrança faz sentido.
2. O Freder, filho do dono de Metropolis, vive numa redoma, né? Até que ele é acordado para a realidade por uma mulher.
3. Lembrei do Mito da Caverna, só que da perspectiva de quem está fora dela. Afinal Freder não era um trabalhador que encontrou "a luz". A garota Maria seria essa pessoa, só que o filme não é visto da perspectiva dela, então...
4. A roupa branca dele denotava, pra mim, a questão dele ser o iluminado, o salvador. Ninguém mais vestia roupa branca no filme, nem mesmo a elite da cidade. Pensei que era um sinal de diferenciação, mas só vale para o protagonista mesmo.
5. Uma pergunta: por que ele acha que as crianças e os habitantes do subsolo são irmãos dele? De onde ele tirou isso? Apenas porque Maria falou?
6. O trabalhador que mexe naquelas maquinas semelhantes a relógios me lembrou aquela brincadeira... Twister.
7. Hel era o nome da esposa falecida do criador de Metropolis, Joh Fredersen. Ao que parece, ela foi pivô de uma crise entre Rotwang e Joh Fredersen. O porque disso não ficou claro.
8. A mão mecânica do cientista me lembrou Fullmetal Alchemist. Aquele principio da Touka Koukan, a Lei da Troca Equivalente, ou seja, para conseguir algo, é preciso dar em troca outra coisa de valor equivalente. Rotwang queria um robô perfeitamente humano e a mão foi um preço a pagar.
9. Quando falaram da Torre de Babel, disseram que todos falavam a mesma linguá e mesmo assim não se compreendiam. No sentido de não entrarem em comum acordo. Achei interessante isso. A história que conheço, a bíblica, disse que as pessoas "ganharam" outra língua justamente para evitar entenderem-se e finalizar a torre. Mas essa explicação de Metropolis faz sentido, né? Pensei nos problemas internos de um país, família, trabalhadores... todos falam a mesma língua, mas isso não implica concordância. Bem bolado.
10. Pergunta: por que havia estrelas na porta de algumas pessoas e na de outras não? Sim, eu sei que era para diferenciar algo, mas o que?
11. Pergunta: quando Freder passou mal, foi por ele ter realmente passado mal ou foi algum tipo de "magia" feita pelo robô?
12. Achei fantástico o raciocínio de Joh Fredersen permitindo que os trabalhadores ficassem sem vigília de modo a eles começaram primeiro os protestos. Isso daí legitimaria a violência que a elite iria praticar. Afinal, foram os trabalhadores que começaram primeiro, né?
13. Lembrei do "violência gera violência". Quase sempre verdade essa máxima. Seria ela uma ideologia?
14. A figura feminina é bastante proativa no filme. Na verdade, ela que faz tudo acontecer.
15. As crianças já eram vistas como simbolo de esperança e renovação.
16. O Marxismo presente na disputa de classes.
17. No final, a ideia que me veio a cabeça é que a responsabilidade é sempre das pessoas, não dos objetos.
18. "O mediador entre a cabeça e as mãos deve ser o coração".

Poderia me mostrar algumas imagens?



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